Perdemos a noção real do potencial existente no pensar e principalmente se direcionarmos nosso pensamento, a partir do olhar do design para criar.
Publiquei uma enquete no Linkedin, respondida por 68 profissionais do mercado revelando que 38% já fizeram cursos rápidos de Design Thinking, 28% já leram ou ouviram falar no assunto e 13% não tiveram contato com a abordagem. Considerando os 21% que se classificaram como especialistas e atuantes da prática do Design Thinking, quero refletir minha livre expressão acerca do aprofundamento do tema, na ótica do pensamento e da criatividade.
Seguindo esse raciocínio prévio, creio que não foi de certa forma arrogante repensar o significado do Design Thinking como “um conjunto de técnicas e ferramentas estruturadas para organizar pensamentos e ideias individual e coletivamente; expressar, imprimir e organizar as ideias e comportamentos para criativação (criar e fazer)”.
Quero chamar atenção para uma perspectiva que pode aprofundar nossa maneira de enxergar o Design Thinking, partindo do pressuposto que pensar não é apenas um desejo advindo de um mecanismo voluntário, e sim, o fluxo de como nossa mente funciona. Se entregar a esse fluxo permite o acesso ao inconsciente e as possibilidades nele de descobrir coisas que não sabíamos que sabíamos.
Façamos nós mesmos uma analogia simples: Toda a dinâmica da vida contemporânea de suportar pressão por resultados, metas, o medo de envelhecer, depressão, ansiedade e outras preocupações em excesso nos remetem a fugir e nos esquivar em lugares mais seguros, confortáveis e menos arriscados, nos mantendo voltados para fora. A consequência de tudo disso é uma mentalidade cada vez menos otimista, abundante e aberta para criar.
O Design Thinking veio para revolucionar a maneira de encontrarmos soluções inovadoras para os problemas através da criatividade. Se não compreendermos que a criação é destruir e construir ao mesmo tempo, abriremos mão do potencial de criar, que faz parte da natureza humana.
Já sabemos que o Design Thinking possui o poder de misturar, unificar, traduzir e gerar ideias que surgem não só do individual. Esse é o ponto de partida para repensarmos a abordagem, quebrando o paradigma de que criar é apenas um ato de extroversão ou manifestação artística. Não necessariamente a arte é criativa ou a criatividade é arte.
Não necessariamente o introvertido é tímido ou o extrovertido é criativo. Ser criativo é experimentar a relação fluida entre o nosso consciente e inconsciente, permitindo a inspiração e a transpiração em torno do agradável e desagradável, do conforto e do incômodo, do que aceitamos e do que rejeitamos.
Espero que o seu consciente e inconsciente possam dançar!
Por: Felipe dos Santos Evangelista
Psicólogo, Administrador, Mestre em Inovação, mentor de negócios e startups, pesquisador, palestrante, escritor, educador, especialista e facilitador de abordagens inov-ativas e estratégicas. Head da consultoria de Inovação e administrador da holding Cia Makers.
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